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Colocou uma música suave
O silêncio era estarrecedor
Imaginou ter sido beijada
Passou a mão em seu colo trêmulo
Ouviu uma voz que chamava
(Foi você quem chamou?)
Seu corpo virou brasa
E os lençóis em desalinho
Ficaram marcados
Denunciando o solitário
Ato de amor
Aline Romariz
http://portadopoetabrasileiro.blogspot.com/

E no sono, emaranhado de sonhos,
revi teu rosto,toquei tua pele,
senti teu gosto...
Já não eras o mesmo de antes
havia algo de estranho...
Não sei se as rugas, palavras do tempo,
não sei se o gosto adulterado dos beijos outros...
Ou era algo  em  mim que doía por dentro
ou era só um sonho... Morrendo.

Aline Romariz
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A vida não se renova ao virar da folhinha,
ela recomeça quando queremos e se desejamos...Sabe quando acumulamos velhos trapos e numa faxina jogamos tudo fora?
É bem assim...
Quantos papéis foram guardados nas gavetas abarrotadas,
quanta roupa,fantasias amareladas...
Quanto tempo jogamos fora prorrogando decisões
que no fundo sabíamos que pelo tempo, se perderiam..
Começo a pensar que nem queria determinados sonhos
e que eles nem mais existiam.
Fiz uma grande faxina.Bati o tapete da sala.
Reinventei novo vaso de flores na porta de entrada;
deixei o sol bater na cara...
Pronto.Arrumei a casa.
E o cheiro gostoso do incenso levou toda mágoa,
todo desamor,toda lágrima.
E a alegria,indelével marca de minha alma,
hoje me encontrou renovada.

Aline Romariz
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